segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Refletindo ... Eu sei mas não devia ...

" Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão."


Essas palavras de Marina Colasanti, em seu livro Eu sei mas não devia, nos remete a uma reflexão sobre o estilo de vida do homem contemporâneo,  um comportamento de escravo do relógio, com tendência individualista, que se esquece de idéias simples e antigas que podem fazer a diferença na vida das pessoas.
Falo de fatos comprovados, como por exemplo, a necessidade do ser humano de viver em sociedade. E viver em sociedade significa relacionar-se com nossos semelhantes para que juntos possamos conviver em harmonia com a natureza.
Neste sentido, os olhares silenciosos e desconfiados que são expostos nos corredores, elevadores e calçadas da nossa vizinhança do lugar de morar, de trabalhar, de estudar e outros, poderiam ser trocados por um sorriso, uma saudação de  bom dia, boa tarde ou boa noite... aos poucos perder o medo de arriscar um "como vai você?".
Experimentar os sinais de vida que a natureza nos oferece mesmo estando numa selva de pedras: o ar fresco da manhã, o raios do sol que aquecem o dia, o verde das plantas, o brilho do luar e das estrelas,  o que mais vier ...
Afinal, a gente se acostuma, mas pode fazer diferente se quiser! E sem medo de ser feliz.
Quem sabe é esta a vista que está faltando na vida da gente!?   

4 comentários:

  1. Tens toda a razão, Anabela! Infelizmente hoje é assim e só por que se vive em apartamento poderia ser como se vivessemos numa casa rodeada de vizinhos; O que custa à entrada do elevador parar um pouco e conversar com a srª que mora no andar de cima? Que custa entrar no elevador com mais uma ou duas pessoas e dizer olá como vai? Nada! Sabes, há muito que eu me esforço para fazer fazer isso; vivo em apartamento, mas tento sempre dizer um olá, perguntar qualquer coisa e aí se bate um papinho; eu fico melhor e a outra pessoa também. Alguém tem de tomar a iniciativa e por que não nós? Eu moro numa pequena cidade; as pessoas quanse não olham umas para as outras; passam o dia a correr; imagina se eu morasse em Lisboa ou no Porto? Bem...acho que não aguentaria. Há que mudar as mentalidades, mas essa mudança tem que começar em nós; não podemos sempre esperar que os outros façam. É a primeira vez que visito este teu blog, mas adorei. Estás de parabéns, Anabela, pois esta refexão é urgente; estamos a ficar solitários
    numa cidade cheia de gente. Um beijinho e desejo que tenhas uma semana cheia de sorrisos e de olhares carinhosos. Até breve.
    Emília

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  2. Olá Anabela, agora visitei esta sua casa. E gostei. E muito
    Sabe, além do egoismo, hoje a sociedade vive num clima de medos, de ansiedade que torna o dia adia sufocante.
    Ainda há que tenha o previlégio de viver mais livremente e esses não conhecem estes limites...
    Abraço

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  3. Olá Anabela, obrigada pela visita ao meu glog.
    Gostei do texto e acho que este é um tema que devia ser mais vezes falado. Vivemos cada vez mais fechados, fechados das pessoas, fechados da natureza, fechados até de nós mesmos.
    Não é por acaso que aqui em Portugal há cada vez mais idosos a morrerem sozinhos em casa, o que é triste.
    Gostei do seu blog.
    Beijinhos

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  4. Maravilhoso, adorei!
    Que a nossa escolha seja por uma vida plena e humana, de muitos encontros!
    Que nos acostumemos com o que nos faz felizes!
    Afinal, "só é sustentável se for divertido"... (Giuliana Capello) http://www.youtube.com/watch?v=nSzKMXtme0Q
    Parabéns pelos blogs.
    bjão

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